domingo, 23 de agosto de 2015

JOGO DOS 7000 ERROS: 27-29


ERRO NÚMERO 27: MULHER NÃO É NECESSARIAMENTE LOUCA

Toda mulher já foi um dia chamada de louca. E não é aquele “nossa, pulou de bungee jump. Você é louca?!” Não. É o “nossa, chora à toa, se desespera à toa, que louca”. Ser mulher e ser louca, na nossa sociedade, são quase sinônimos. Além do absurdo que é usar a palavra louca assim, irresponsavelmente, pois loucura é, na verdade, um problema sério, tem algo ainda mais grave aí. A naturalização da loucura feminina. Fazem-nos pensar que somos realmente loucas, e não que são os outros que nos veem assim.

Veem-nos como loucas em situações nas quais homens não são chamados de loucos. Por exemplo, mulher que chora demais é chamada de louca; homem que chora é sensível. Mulher que grita é chamada de louca; homem que grita sabe o que quer, é assertivo. E, como no post, em relacionamentos amorosos, sempre somos tachadas de loucas, não importa o que fizermos. A louca é sempre a mulher; o herói que atura isso, o homem. Engraçado é observar que quem mata a parceira por terminar o relacionamento é o homem. Mas, a mulher que é louca. Quem mata os próprios filhos “por amor” é o homem. Mas, a mulher que é louca. Quem quase sempre recorre à violência, contra os outros e até contra si mesmo, é o homem. Mas, a mulher que é louca. Acho que precisamos revisar essa noção de loucura, hein!

Cena do filme Gaslight, de 1944

Um bom exemplo de como a loucura dos homens é transferida às mulheres é o gaslaite, aportuguesamento do inglês gaslight. Gaslight é o nome de um filme, de 1944 (por sua vez, adaptado da peça Gas Light, de 1938), estrelado por Ingrid Bergman e um cara lá, como um casal recém-casado. O marido manipula a personagem da Ingrid, levando-a a acreditar que está ficando louca. Para isso, ele faz as luzes a gás da casa acenderem e apagarem sozinhas (daí, o título Gaslight). O nome passou a ser usado pra se referir à estratégia de manipular outros para acharem que estão loucos, ou ainda para se culparem por algo cuja culpa não é sua (e é geralmente daquele que pratica o gaslaite). E, frequentemente, o praticante do gaslaite é um homem, e a vítima, uma mulher, não só em relacionamentos amorosos, mas em outros tipos de relação também. Um exemplo bem simples de gaslaite, retirado da página Quadrinhos da Emília:


(https://www.facebook.com/ADecenaTragica/photos/pb.229694163834361.-2207520000.1440355999./660605877409852/?type=1)

Isso acontece diariamente na vida de toda mulher que se relaciona com homens, e muitas não percebem, porque nossa socialização é voltada pra nos culparmos por tudo, enquanto a socialização de homens é pra transferirem sua culpa pra outro/as. Então, a dinâmica da transferência funciona muito bem quando um homem faz gaslaite contra uma mulher, e mesmo quando uma mulher o usa contra outra, mas dificilmente quando uma mulher tenta usá-lo contra um homem.

Aliás, outro exemplo de gaslaite é o próprio meme do post, dizendo que homens que toleram mulheres loucas e complicadas são heróis, quando sabemos que, na maioria das vezes, são mulheres que toleram homens loucos, com o agravante que a loucura masculina frequentemente se concretiza em atos violentos contra a mulher, enquanto a “loucura” feminina dificilmente chega a esse ponto. Então, ao compartilhar isso, você contribui, sem ou por querer, com ou sem benefício próprio, pra ideia de que toda mulher é louca e de que todo homem é herói.

ERRO NÚMERO 28: MULHER NÃO É COMPLICADA

Ser mulher e ser complicada também andam juntos na visão que a sociedade patriarcal tem da mulher. Mas, o que faz de uma mulher complicada? Será que somos complicadas mesmo, ou somos julgadas assim, pra que nossas vontades não sejam respeitadas?

Uma breve busca no Google Images pela expressão “mulher complicada” mostra que essa ideia remete à mulher que dá ordens demais; à mulher que tem um guarda-roupa cheio, mas diz que não tem o que vestir; à mulher que questiona o marido; e ao clássico mulher de TPM, dentre outros. Em comum: todos são generalizações misóginas. Mulher que dá ordens demais: mulher não tem poder sobre homem pra dar ordem, exceto se for mãe de menino, enquanto ele ainda é pequeno. Então, mulheres só repetem seus pedidos (e não ordens) aos homens mil vezes, porque não são ouvidas nas primeiras 999 vezes. Pode ser a coisa mais banal, como dar descarga na privada, ou coisas sérias, como não deixar as crianças brincarem com armas de fogo carregadas, homens não escutam mulheres e, por isso, mulheres se repetem e se repetem e se repetem... Mulher que tem um guarda-roupa cheio, mas diz que não tem o que vestir: homens não são tão julgados pelo que vestem quanto mulheres, logo não precisam de tantas roupas e tantas combinações de roupas e acessórios etc e tal. Um apresentador de telejornal australiano experimentou passar um ano usando o mesmo terno, variando apenas as gravatas, e ninguém reparou! Se a apresentadora a seu lado tentasse algo parecido, nem chegaria ao final de um ano, porque seria demitida antes. Então, não dá pra criticar uma mulher por não ter o que vestir, quando sabemos que todos os olhos estarão voltados pra julgá-la, se ela repetir uma roupa, ou mesmo um acessório. Mulher que questiona o marido: acho que esse nem precisava explicar, mas lá vai... Homens acreditam que qualquer pergunta que a esposa lhe faça é uma invasão, mas não consideram que estão invadindo a privacidade da esposa ao fazer as mesmas perguntas. Isso se dá porque homens se veem como sujeitos, e veem mulheres como objetos. Então, desde quando um objeto pode questionar alguma coisa a um sujeito? Mas o contrário, tudo bem. Mulher de TPM: nem toda mulher tem TPM, eu mesma não tenho. Atribuir qualquer alteração de humor da mulher à TPM é dizer que “mulheres em seu estado normal” não podem se exaltar, devem ser calmas e submissas o tempo todo. A exceção é durante a TPM, onde podem ser “loucas”, devido à biologia. Mulheres não são bonecas que não têm emoções e, portanto, a TPM é irrelevante quando nos expressamos mais agressivamente. Perguntar/Insinuar que a mulher tá na TPM é misoginia, pois supõe que só nesse estado podemos mudar de humor.

Esses são apenas alguns exemplos de como a complicação de mulheres lhes é atribuída em função da misoginia. Assim como esses, são milhares de exemplos de “complicações”, que podem ser descomplicadas com uma rápida problematização como acima.


ERRO NÚMERO 29: HOMEM NÃO É HERÓI POR “ATURAR” MULHER

Se é uma falácia que mulheres são sempre loucas e complicadas, consequentemente, também é falso que homens que “aturam” essas mulheres são heróis, como fica implícito no meme. A verdade é que, muitas vezes, o homem é o causador da “loucura” e da “complicação” da mulher e não merece elogio nenhum. E é o gênero homem também o responsável pela invenção e naturalização da loucura e complicação do gênero mulher, então, novamente, não merecem elogio nenhum. Engraçado que, na maioria das vezes, a mulher apanha, tem sua privacidade invadida, sofre com ciúmes doentios, sofre gaslaite, mas o homem que é o herói! Se tem alguém aturando alguém aqui, é o contrário, é a mulher que atura muita coisa dos homens. Então, mulheres, reescrevam esse meme assim: “Namore um homem que não a transforme em uma louca complicada”! E parem de elogiar homens pelo que eles não merecem. 

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

ERRO NÚMERO 26: MULHER NÃO TEM PODER SOBRE HOMEM


Mulher nenhuma tem poder sobre homem, não por ser mulher. Isso deveria ser óbvio, já que vivemos em uma sociedade patriarcal, mas ainda tem que ser dito, então, vamos lá. Vivemos em um sistema de gêneros, em que o gênero masculino se beneficia, e o feminino é explorado, pro benefício do gênero masculino. Na verdade, vivemos em um sistema de castas sexuais, mas, pra efeito de simplificação, fiquemos com o termo sistema de gênero mesmo.

Por outro lado, homens têm poder sobre mulheres, inclusive o poder de as enlouquecer. Homens manipulam mulheres, usam de gaslaite (ou gaslighting, em inglês, que seria, resumidamente, fazer o outro acreditar que está louco, ou fazer o outro acreditar que é culpado de algo, quando não o é – e geralmente o culpado é quem fez o gaslaite.), fazem chantagem emocional. Ah, mas mulheres fazem isso tudo também! Sim, tentam, mas, como mulheres não têm poder sobre homens, e o contrário sim, é falsa simetria dizer que é a mesma coisa.

Quando mulheres tentam manipular homens, fazer gaslaite ou chantagem emocional, isso não tem sobre homens o mesmo peso que quando homens fazem isso conosco. Exatamente porque não temos sobre eles o poder que eles têm sobre nós. Se um namorado diz que a namorada tá gorda, isso não tem o mesmo peso (sem trocadilhos) que uma mulher dizer que o namorado está gordo, porque estar fora dos padrões é muito mais difícil pra mulheres, somos muito mais cobradas. Se um homem diz que vai se separar da esposa (mesmo não tendo verdadeira intenção), isso tem muito mais peso sobre a mulher do que ela dizer que vai se separar do marido, porque mulheres aprendem que precisam de um homem, mas homens não precisam de uma mulher. Em geral, uma mulher vai fazer qualquer coisa quando o marido ameaçar se separar, enquanto o contrário raramente acontece. Se um homem tenta colocar numa mulher a culpa por algo que é culpa dele, a mulher aceitará essa culpa muito mais facilmente que um homem, porque somos socializadas pra nos culparmos mesmo por tudo, por todos os problemas do mundo.

Mas a prima da minha vizinha manipula o marido direitinho! Não se trata de uma situação individual, de esta ou aquela mulher conseguirem ter feito isso com esse ou aquele homem, mas de uma questão de classe – ou casta. Você pode até dizer que a prima da sua vizinha manipula direitinho o marido, não importa. Eu até acredito que algumas mulheres tenham sucesso individual em manipular homens, mas essa não é a norma na nossa sociedade, como afirma o post. A norma é homens fazerem isso com mulheres. É isso que é normalizado pra parecer natural, é naturalizado pra que a gente não se revolte. Em outras palavras, quando uma mulher tenta manipular um homem, ela é imediatamente acusada de manipuladora, mas homens manipulam mulheres diariamente em coisas que são consideradas “naturais” e, por isso, não são questionadas. Quem nunca ouviu a célebre frase “homem é assim mesmo”?

Exemplo: um homem trai a esposa e as hipóteses que a sociedade tece são: 1. ela é frígida ou ruim de cama; 2. alguma mulher o seduziu e ele não resistiu; 3. homem tem mais instinto natural pra trair, porque precisa mais de sexo que mulher, ou seja, homem não se controla. Uma mulher trai o marido e as hipóteses que a sociedade tece são: 1. ela é safada e não presta. Ou seja, das quatro hipóteses, a culpa é de uma mulher em três. E a quarta hipótese, embora não culpe a mulher, retira a culpa do homem. Assim, naturalizamos a noção de que “mulheres são más e homens são indefesos”, logo são as mulheres que enlouquecem os homens. Mas, se observarmos a história, a sociedade, a política, em tudo, é o contrário que prevalece.


Então, não, mulheres não enlouquecem homens, seja de raiva ou de amor. Aliás, quando um homem diz que está “louco de amor”, em geral, ele fica “louco” porque não consegue controlar aquela mulher, ou porque ela não quer nada com ele. No final das contas, não tem nada a ver com amor, mas com posse, propriedade, aquilo que todos os homens acham que podem ter sobre todas as mulheres. A não ser que elas já “pertençam” a outros homens, porque homem respeita a propriedade de outros. Outros homens, óbvio.  

domingo, 2 de agosto de 2015

JOGO DOS 7000 ERROS - 24-25


ERRO NÚMERO 24: ESTUPRO NÃO É PIADA

Acho que não precisava nem dizer essa também, mas vamos lá: fazer piada com estupro não pode e pronto. Não há qualquer argumento neste universo, e nem em nenhum universo paralelo onde o Flash possa viver, que sirva pra defender piada de estupro.

Mas, é só uma piada! Não, não é. Não existe “só uma piada”. Piadas são feitas, dentre outras coisas, pra naturalizar preconceitos. Não é por acaso que apenas grupos “minoritários” são alvo de piadas. Alguém já viu alguma piada começando com: um homem branco hetero entrou num bar...? Não, né? As únicas vezes em que são feitas piadas com o opressor são nas piadas de português feitas pelos brasileiros. Mas, de resto, as piadas são sempre feitas com os oprimidos. Não por acaso, a enorme maioria de comediantes é de homens brancos e heteros, que fazem piadas com mulheres e outros grupos. E ai daquele membro da classe oprimida que reclamar: será tachado de mal humorado. Por isso, muitos se calam. Por isso também, muitos até “riem junto”, pra parecerem descolados e bem humorados. Muitas vezes, pra ganhar uma migalha de simpatia do opressor, assim contribuindo pra sua própria opressão, através de piadinhas “inocentes”, que transformam diferenças em inferioridades.

No caso específico da piada aqui, é a típica piada de estupro, feita por homens, desde “gênios” como Woody Allen (em mais de um filme), até “humoristas” como Rafinha Bastos, passando por quase todos os homens do mundo. Homens não veem problema em fazer piada com estupro por um motivo muito simples: não são jamais eles que sofrerão as consequências da naturalização do estupro. Eles sempre estão do mesmo lado dessa piada, do lado do Flash, no caso. Eles nunca estão do lado da Mulher Maravilha.

Ah, mas homens também são estuprados! Ok, momento “pra não dizer que não falei dos homens”. Não tenho estatísticas aqui, mas certamente o número de vítimas de estupro homens não chega a 20%. Se tirarmos as crianças, então esse número diminui muito. Se tirarmos os homens portadores de deficiência, diminuirá mais ainda. Se tirarmos os que se encontram no sistema carcerário, mais ainda. As chances de um homem branco hetero e de classe alta ser estuprado é quase nula. Enquanto isso, as chances de uma mulher ser estuprada são sempre enormes, e maiores ainda se ela for criança, negra, pobre, portadora de deficiência. Do outro lado, mais de 90% dos estupradores são homens. Então, não, não me venha com falsa simetria, dizendo que homens também são estuprados, porque os poucos que são só são, porque “sobrou” pra eles um resquício da misoginia que a gente sofre todo dia.

Em geral, a maioria dos homens, mesmo os que não estupram, se beneficiam da cultura do estupro. Se beneficiam do medo que mulheres têm de andar sozinhas, pra estar sempre ao lado das namoradas/esposas (mas eles podem sair sozinhos sem problemas) e pra determinar o que elas podem vestir. Se beneficiam controlando suas filhas com mão de ferro, com a desculpa de que as estão defendendo de outros homens, quando, na verdade, só querem manter sua propriedade quietinha dentro de casa pra não dar trabalho. Se beneficiam quando se envolvem com mulheres que já foram estupradas e, devido ao trauma, podem ser mais submissas e manipuláveis. E quanto aos benefícios da cultura do estupro pra estupradores, então, acho que não preciso nem listar, né?

Se, ainda assim, você continuar achando que é “só uma piada” e que piadas não têm esse poder todo, então, não compartilhe essas coisas por outro motivo: empatia com as vítimas de estupro. São mais de 50 mil casos por ano, no Brasil. Casos relatados. Se considerarmos que muitos casos ainda não são relatados, que muitas mulheres sofrem caladas, então seriam muitos mais. Isso dá uma mulher sendo estuprada a cada dez minutos! Apenas no Brasil. Por volta de 1/5 das mulheres em idade adulta já foi estuprada. Você, homem, pode ter certeza: dentre as mulheres que você conhece, que estão adicionadas no seu face, sua mãe, irmãs, primas, amigas, colegas, dentre elas, pense que uma em cada 5 já passou por isso. Pense que elas verão essa piadinha na sua TL, e pense que, ainda que você não acredite que piadas naturalizam opressões, ver isso no face não faz nada bem pras mulheres que já passaram por esse trauma, faz com que elas revivam o trauma, faz com que elas se sintam novamente indefesas (afinal, até o pai, filho, primo, amigo posta piadinha sobre estupro no face). E, principalmente, faz com que elas minimizem a própria dor, porque afinal, se algo é tão banalizado a ponto de ser motivo de piada, ela que é fresca de estar sofrendo com isso, né?

ERRO NÚMERO 25: VIRGINDADE NÃO É PIADA

Tudo que foi dito acima, sobre piadas em geral, vale aqui também. Além disso, a especificidade agora é a virgindade, e não o estupro, algo que também só diz respeito às mulheres.

Ah, que isso! Homem também perde a virgindade! Não, não é só porque homens usam esse termo, “perder a virgindade”, que ele se refere a eles. Em primeiro lugar, homens não perdem nada quando fazem sexo pela primeira vez. Literalmente, eles não perdem nada mesmo, porque não têm um hímen, uma parte do corpo, que é usada pra determinar se eles já fizeram sexo ou não. Não que esse método seja eficaz pra determinar a virgindade de mulheres também, porque algumas não têm hímen, outras têm o complacente, outras o rompem antes mesmo de fazer sexo, de propósito ou sem querer, e outras optam por fazer sexo sem penetração (sim, existe sexo sem penetração, e não deixa de ser sexo por isso). E, no sentido figurado, homens também não perdem nada na primeira vez. Não perdem seu valor de “homens de respeito”. Não saem da lista dos “pra casar” em direção à lista dos “pra trepar”. Enfim, a virgindade masculina não é tabu e dificilmente é usada contra o homem.

Além disso, o que o Flash não sabe é que, mesmo sendo estuprada por ele, a Mulher Maravilha não deixou de ser virgem. Estupro não é sexo consensual, logo a mulher estuprada não deixa de ser virgem. Aquilo que ele fez com ela foi uma violência, não foi sexo, não foi a primeira vez dela, foi um momento que ela só vai querer esquecer. Muitos meninos adolescentes não sabem distinguir sexo de estupro. Em uma pesquisa feita com universitários americanos (http://www.independent.co.uk/news/world/americas/a-third-of-male-university-students-say-they-would-rape-a-woman-if-there-no-were-no-consequences-9978052.html), 31% deles disse que forçaria uma mulher a fazer sexo, se não houvesse consequências, enquanto apenas 13% disse que estupraria uma mulher. Ou seja, na cabeça de 18% de todos os universitários entrevistados “forçar uma mulher a fazer sexo” e “estuprar” são coisas diferentes! O que será que eles consideram estupro?!


Tendo em mente o que eles consideram “piada”, dá pra ter uma ideia do que imaginam sobre o resto do mundo!